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Teotomia é um neologismo, tanto quanto sei, ainda não dicionarizado. Do gr. theos 'deus, divindade' e gr. tomé, ês 'incisão, corte, ablação'. Há pelo menos um uso no sentido de 'extirpação da crença em deus de alguém', não é o caso aqui. Está calcado em anatomia; é uma análise (científica) da crença humana em deus(es) e fenômenos correlatos.

Veja bem, eu disse análise da *crença* em deus. Não é uma análise de deus em si (objetivo, parece, da teometria). Abrange áreas como psicologia da religião, sociologia da religião, neuroteologia (ou neurologia espiritual)... Não versa diretamente sobre teologia, metafísica e filosofia da religião, arqueologia (menos ainda a chamada arqueologia bíblica), parapsicologia e exames céticos de alegações de paranormalidade, embora, claro, haja pontos de sobreposição.

Faz e, quando consegue, tenta responder perguntas como: "o que leva os indivíduos a acreditarem (ou não acreditarem) em um ou mais deuses?"; "quais as principais concepções de deus(es) que as pessoas têm?"; "quais os efeitos que essa crença pode ter sobre o comportamento das pessoas?" - recorrendo a métodos como pesquisa de opinião, exame de imageamento por ressonância magnética e testes psicométricos.


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Tanto quanto possível, tentarei trazer trabalhos de qualidade publicados em revistas reconhecidas. Mas há que se tomar cautela adicional. Além das observações acrescentadas na seção "Limitações", é preciso ter em mente vários outros fatores. De um lado, há um fenômeno que vem sendo observado de longa data de que existe um claro excesso de trabalhos com resultados positivos para os fatores estudados. Sterling (1959), analisando 362 artigos publicados em 1955 em 4 dos principais periódicos de psicologia, verificou que 97,3% deles reportavam resultados positivos; Smart (1964), para as mesmas 4 revistas, de 309 artigos datados de 1962, 91,3% também relatavam resultados significativos; Bozard & Roberts (1972), em 1.046 artigos publicados entre 1967 e 1970 em 3 revistas de aconselhamento psicológico, 94,0% (dos 895 artigos que usavam testes estatísticos) apontavam resultados positivos; Fanelli (2010), determinou a porcentagem de artigos com resultados positivos para várias áreas, a que apresentou o maior índice (91,5%) foi a de psicologia/psiquiatria. O problema do arquivamento ("file drawer problem", Rosenthal 1979) atinge não apenas os resultados não significativos, mas também a questão da replicação independente de resultados.
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Sobre a imagem. É uma composição de "O Homem Vitruviano", desenho de Leonardo da Vinci (c. 1490), representando a ciência e a razão (e a arte), e a deidade hindu Shiva, representando a religião.

Disclêimer. Não sou psicólogo nem sociólogo. Não é uma área em que eu trabalhe profissionalmente ou faça pesquisas acadêmicas. Apenas um curioso.

2 comentários:

  1. Acabei de cruzar com seu blog. Até o momento, parece muito bom. Sou também curioso, e é difícil encontrar material de qualidade sobre o assunto em português. Abraço.

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    Respostas
    1. Seja bem-vindo, Vieira.

      Obrigado pela visita.

      Um dos objetivos aqui do Teotomia é tentar cobrir essa lacuna. Se tiver algum estudo interessante pra gente comentar aqui, fique à vontade pra indicar.

      []s,

      Roberto Takata

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